sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Perfeição?!

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

(...)

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...

(Renato Russo)

Essa canção resume o que se passa no país, e em especial no Rio De Janeiro.
Que venhamos todos abrir nossos olhos para a realidade dos fatos antes de estendermos as mãos para bater palmas.

Mayara Dias

domingo, 20 de junho de 2010

Mesmo aqueles que vivem a sorrir...Têm seus dias de lágrimas


Seja por dor, emoção, desilusão ou qualquer outro motivo, todos temos nossos momentos de lágrimas. O mais engraçado é que, quando a maioria das pessoas chega pra consolar, a primeira coisa que nos dizem é pra não chorar, mas não sabem nem o porquê das lágrimas.
Acredito que seja o transbordar de sentimentos reprimidos acumulados. Às vezes anos, às vezes meses, ou apenas frações de segundos tentando segurar aquilo que implora pra jorrar de nossos olhos, ou apenas escorrer sutilmente pelos cantos. É uma sensação única, e acredito que seja diferente a cada um de nós também. Muitas vezes passa despercebida aos olhos de quem nos cerca, outras vezes é tão sonora que comove todos à nossa volta. E como explicar esse manifestar dos sentimentos? Por algum lugar tem que sair. O curioso é que sai pelos olhos, que é também por onde muita das coisas entram e ficam armazenadas dentro de cada um, fazendo a soma às coisas que entram pelos ouvidos também.
Respeito e admiro esse momento em que nós todos, sem distinção de cor ou raça, verdadeiramente retornamos à nossa forma humana.
O rico pode chorar por almejar aquilo que o dinheiro não compra e o pobre tem. O pobre pode chorar por não ter o que comer ou vestir, ou por almejar e não ter dinheiro pra comprar. E, apesar de pertencerem a classes diferentes, também choram de alegria, o que faz com que venhamos a pensar no quanto somos contraditórios.
Seja rico ou seja pobre, as lágrimas chegam causando sempre pra todos.
Chore quando sentir vontade, não importando o que esteja a sua volta. Chore calado, chore contente, chore mostrando os dentes. Apenas chore e compartilhe a dádiva de ser humano, mesmo que dure por tão pouco tempo, mesmo que não sinta o que eu sinto. Sinta!

Mayara Dias

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ser ou não ser... Um ser primata?

"O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro."


Em poucas palavras, Mario Quintana conseguiu exprimir muito conteúdo.
Passamos tanto tempo questionando nossa origem - de onde surgimos, qual era o nosso ser primário? Coisas desse tipo - que esquecemos de nos preocupar com o que vem depois. Suponhamos que venha a haver uma "outra evolução", o que vai surgir de seres como nós?
Os macacos têm a justificativa de serem seres irracionais e blá blá blá...E nós, seres desenvolvidos, que nos julgamos superiores a outras espécies?
Difícil é admitir que não somos nada comparados à imensidão de possibilidades que nos cerca. E ainda, pior do que isso, é não nos preocuparmos com nossas atitudes que virão a repercutir em outras vidas, futuramente, ou até em nossas próprias vidas mesmo.
Tentar amenizar essa situação não é, simplesmente, separar o lixo reciclável uma vez por semana, atravessar uma velhinha na rua, ou apagar o cigarro do amigo para retardar o aquecimento global, adotar um cachorro na Suipa ou sei lá o quê. É fazer disso algo natural, que NÃO siga uma lei de "bons modos", mas que venha a somar em nossas vidas e nos tornar seres verdadeiramente desenvolvidos ao ponto de atingirmos esse nível.

Mayara Dias

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Vida é um Laboratório



O que sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se me entendesse.

Clarice Lispector

quinta-feira, 25 de março de 2010

A oportunidade nos foi concedida.

Parei e pensei em como somos ingratos ao pensarmos em desistir de algo na vida, já que muito nos foi concedido. Acompanhe meu raciocínio... A oportunidade maior nos foi dada quando foi permitido a cada um o direito de vir ao mundo, e a cada dia essa oportunidade é reforçada quando abrimos nossos olhos e respiramos toda manhã. Isso é um sinal que uma nova chance está sendo oferecida para que venhamos a fazer algo que venha de verdade trazer uma satisfação pessoal, algo útil.
Aprendi que existem dois caminhos um fácil e um difícil. O fácil é para os fracos e o difícil é para os fortes. Ao optar pelo caminho mais fácil, vai levar a vida numa boa mas chegará um ponto aonde você vai se sentir incompleto e quando perceber não vai dar mais tempo de voltar o trajeto, pois o tempo é rigoroso e não perdoa. E ao final do caminho você vai perceber que não conquistou muitas vitórias e que estas são insignificantes perto do que você tinha capacidade para adquirir, e se lamentar não vai adiantar. Mas aquele que optar pelo caminho difícil vai passar por muitos momentos ruins nos quais vai pensar em desistir, vai passar pela maior das atribulações, vai chorar, vai até mesmo tropeçar, mas sendo forte vai se levantar e seguir adiante com um propósito, e ao final do percurso vai ser recompensado com suas conquistas, vai sentir que todos aqueles momentos foram apenas momentos, e que toda dor valeu a pena já que o objetivo foi alcançado com mérito.
Ao observarmos tal situação, é bom analisarmos que caminho estamos tomando e qual recompensa iremos encontrar ao final do caminho trilhado.

Mayara S. Dias Moreira

segunda-feira, 1 de março de 2010

Conformismo X Aceitação

Hoje eu abro esta postagem fazendo alusão a acontecimentos históricos como:
A transformação do Brasil em República, a unificação alemã e italiana, a descoberta da radioatividade, genocídio, a criação da guitarra elétrica, a criação do telefone, da lâmpada, a passagem do movimento romântico e do realista e suas influências na literatura, a preocupação com o meio ambiente e etc. Esses e outros fatos marcaram e marcam os séculos XIX, XX e XXI. Agora eu faço uma pergunta a você: E a mentalidade humana como fica com tanta informação adquirida no decorrer desses anos? Como fica a aceitação ao novo?
Imagino que seja difícil responder a essas perguntas, mas antes de tentar induzir a uma possível reflexão sobre o assunto, eu gostaria de deixar clara a definição de dois termos:
• Conformismo = Atitude de quem se acomoda com todas as situações.
• Aceitação = Consentir em receber.

Minha postagem tem como tema principal a capacidade de adaptação da mentalidade humana, na aceitação do novo e nos conflitos enfrentados pelo conformismo no decorrer da passagem do século XIX para o XXI. Lógico que não vou ser tão minuciosa na exposição de detalhes até porque não sou uma especialista, e sim uma leiga no assunto tendo como base apenas um pouco do conteúdo histórico e minha própria observação.
Então, o ser humano recebe hoje uma carga gigantesca de informação a ser processada no nosso “superultramega” computador, que é o cérebro. Assim todos os dias, retemos coisas novas, muitas são inúteis, mas outras são bem importantes.
No decorrer dos séculos as mudanças adquiridas chegaram trazendo imposições as pessoas para que estas estivessem a acompanhar esse processo de “desenvolvimento”, isso ocorre até os dias de hoje, mas cabe a cada um aceitar (tanto que hoje ainda existem pessoas que fazem uso da maquina de escrever). Mas aceitar não significa abaixar a cabeça ao modernismo, e sim adquirir-lo e somá-lo a experiência já obtida. O que pega nesse processo todo é de verdade o conformismo das pessoas que se acomodam aquilo que lhes foi oferecido, sem vontade(ou outra coisa) para prosseguir adiante em busca de um possível avanço em suas vidas.
Agora imaginem se Ainstein, Newton, Darwin , Socratis, Florence Nightingale, Che
Guevara ou Jesus Cristo tivessem resolvido se conformar com a situação em que viviam... Seriam simplesmente pessoas comuns; Físicos, filósofo, mulher rica, guerrilheiro qualquer e um simples carpinteiro. Talvez hoje eu não estivesse aqui digitando e nem você aí lendo.
Conformismo e aceitação estarão em constante conflito, resta fazermos a escolha certa.

“Eu acho que
tenho certeza daquilo que eu quero agora
daquilo que mando embora
daquilo que me demora
eu acho que tenho certeza daquilo que me conforma
daquilo que quero entender
e não acomodar com o que incomoda
não acomodar com o que incomoda
mas...” (Teatro Mágico)


Mayara S. Dias Moreira

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

“All you need is Love!”

Muitos dizem que os olhos são as janelas da alma. Das minhas janelas vejo muitas coisas, observo o mundo e concluo que este é carente.Carente de um sentimento que não se compra nem se vende, um sentimento puro e indescritível, um sentimento que se planta, se cuida e depois talvez venha a ser colhido. Mas tudo bem, porque ele não deve ser plantado com o intuito de se receber, e sim de apenas cuidar.O AMOR é bem mais complexo do que qualquer analogia, e bem mais simples do que pensamos que é.Muitas pessoas tentam por meios descrever este sentimento, como por exemplo:

“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder...”
(Luís de Calmões)

“O amor é um caminho nebuloso. tão estranho quanto a morte. Tão real quanto a ciência. Casual como a sorte.Maldito como a doença”
(Trecho de "Clube dos imortais", de Kizzy Ysatis)

Duas maneiras distintas de descrever, duas comparações. O ser humano busca sempre trazer para o palpável o que não se pode descrever pela exatidão da ciência, isso é fato. Mas para mim nem tudo deve ser explicado, eu gosto de ter varias visões e possibilidades para um determinado assunto, mesmo que estas não sejam cientificamente corretas.Prefiro pensar que o que sinto é o certo, prefiro levar em conta o que acredito o que eu tenho fé que existe ou é.Vão passar os anos e a nossa raça vai continuar com a mesma mania ou cisma, de querer descrever aquilo que não se pode. Apesar disso, eu gosto de ver como cada um retrata de maneira diferente aquilo que não segue um padrão de explicação racional. E eu acho que o amor é assim.

“Love is the Word!”

Mayara S. Dias Moreira.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Palavras

Outra noite bem angustiante, diferente das de costume em que logo adormeço,tentando pegar no sono, esvaziando a mente comecei a pensar nas palavras, no quanto essas pequenas podem causar grandes reações ou no quanto essas grandes podem nos causar reação alguma. Às vezes escritas, às vezes ditas,outras vezes nem mesmo saem de nossos pensamentos e quando fogem ao “normal” são expressas por gestos, mas todas com a mesma finalidade, exprimir algo. Uma informação, um xingamento, um sentimento. Algo em que estamos tão concentrados que não percebemos o meio pelo qual é feita a transmissão, um meio tão insignificante aos nossos olhos e ouvidos, mas ao mesmo tempo o principal veículo que causará tamanha reação capaz de mudar o rumo de muitas coisas. Como por exemplo, um simples “EU TE AMO”.Talvez três simples palavras sejam o bastante para a outra pessoa que as esperava há tanto tempo, ou talvez seja o que vai restituir uma relação que dantes havia sido destruída. Assim como essas simples três palavras podem causar tanto, outras palavras podem causar tamanha dor ditas ao vento da boca pra fora, tamanha dor que talvez nem haja uma palavra que venha traduzir a dimensão desta.
Nós humanos temos a mania de dizer uns aos outros para pensar antes de dizer, mas esquecemos que as palavras ditas (não somente com a boca), refletem o que se passa em nossos pensamentos, não há como nos policiarmos todo o tempo para tentar esconder o que se passa em nossa mente.
Na minha opinião devemos prestar mais atenção não no que falamos, sPara que venhamos usar a palavra certa para exprimir aquele sentimento.

E como já diz a musica; (...)" Palavras apenas,palavras pequenas. palavras..."


Mayara Dias Moreira.